1 – Não há educação sem autoridade. 2 – Os filhos não melhoram com o tempo. 3 – Filhos tiranos, imperadores. 4 – Filhos não têm apenas direitos, mas também obrigações. 5 – Firmeza carinhosa é como bigorna almofadada. 6 – Receita caseira para ter filhos maravilhosos.

1 – Não há educação sem autoridade

    Os pais não devem ter medo de exigir dos filhos. Trata-se de um direito e um dever que possuem, já que as crianças não têm experiência de vida e necessitam de orientação para agir bem; e porque os bons hábitos se conquistam desde as primeiras idades. Por isso, ter presente que não há educação sem autoridade, mas esta se enfraquece nas seguintes situações:

  • Não exigir dos filhos por medo de perder o carinho deles (comum em pais que passam o dia fora);
  • Desconhecer os modos de lidar com situações de conflitos com as crianças (pais submissos ou agressivos);
  • Admitir modelos liberais de conduta impostos pelas novelas, filmes e programas de tv;
  • Tolerar a má conduta do filho por influência de correntes psicológicas que insistem em não reprimir as crianças para não provocar traumas;
  • Desconhecer a natureza humana e não ter presente o princípio inato de desordem e tendência à lei do menor esforço que todos carregamos dentro.

2 – Os filhos não melhoram com o tempo

    Só o bom vinho melhora com o passar do tempo. Se não há esforço para nos aprimorarmos cada dia, pioramos. Os defeitos crescem na proporção geométrica da passagem do tempo. É triste constatar que o tempo passa e muitas crianças continuam sendo preguiçosas, desordenadas, birrentas, comilonas, malcriadas. Isso acontece porque os pais não sobem trabalhar os aspectos negativos do caráter e temperamento do filho, e enganam-se com o falso o raciocínio de que irão melhorar com o decorrer dos anos.

    Ciência boa é ajudar cada filho a se conhecer e estabelecer uma luta alegre e esportiva, tal como a do atleta que não desiste de melhorar a performance a cada dia. Pequenos atos diários, e contrários ao defeito dominante, são poderosos para corrigir o temperamento e o caráter.

    Os filhos não devem aceitar ou conviver com defeitos pessoais, por menores que sejam, como quem cultiva dentro de si vírus e bactérias (que também são pequenos, mas estragam tudo). Com o espírito do esportista que quer melhorar sua performance, devem estabelecer pequenas metas diárias para irem reformando-se.

3 – Filhos tiranos, imperadores

    Não é boa experiência aguardar até que as crianças se tornem ingovernáveis, nem que se transformem em senhorzinhos tirânicos ou pequenos imperadores para iniciar o processo de educação comportamental. Ao notar que algo precisa mudar, é preciso agir prontamente como quem corrige o pequeno desvio da rota do barco, se quer chegar ao destino. “É melhor prevenir do que remediar”, diz a sabedoria popular, porque é mais fácil evitar que um mau comportamento crie raízes do que erradicar aquele que se arraigou: ações ruins e reiteradas geram pré-disposições ou vícios difíceis de arrancar. Sempre podemos mudar para melhor; basta querer. Quando lutamos para superar os defeitos pessoais ganhamos autodomínio e fortalecemos a vontade para enfrentar ideais que custam sacrifício.

     Quando a criança se põe birrenta ao ser contrariada em sua vontade, é necessário tomar providências, principalmente a de não ceder, mesmo que force o choro ou queira causar escândalo para intimidar os pais no shopping ou supermercado. Não deve ser atendida para que não se sinta empoderada por meio dos péssimos recursos que utilizou. Depois, em casa, quando a criança já estiver bem-humorada, é preciso explicar a ela que não pode ser atendida em tudo o que quer, pois há limitações econômicas, de tempo (ser paciente e saber esperar a ocasião certa) e ser desprendida de caprichos, pois tem mais quem precisa de menos.

4 – Filhos não têm apenas direitos, mas também obrigações

    Os pais não podem ser submissos e inconscientes ao julgar que os filhos são apenas sujeitos de direitos, já que não pediram para nascer. Ninguém pediu para nascer, já que é Deus que nos infunde a alma, que dá vida ao corpo; além disso, todos agradecemos o dom da vida. Os filhos são também sujeitos de deveres ou obrigações filiais-paternais, fraternais e até  sociais (amigos, vizinhos, professores…). É importante que os filhos − do menor ao maior − tenham tarefas ou encargos no lar, adaptadas às aptidões e capacidades de cada um. Condoer-se e não exigir que cumpram as tarefas ou − o que é pior − fazer as coisas por eles, transformará os pimpolhos em pessoas frágeis e acostumadas a que alguém sempre faça as coisas por eles. Sábio é o recado do dito popular sobre esse tipo de comportamento de pais e mães: “Com churros não se faz alavanca!”. Ou seja, logo serão adolescentes e jovens egoístas e metidos exclusivamente em suas coisas pessoais.

5 – Firmeza carinhosa é como bigorna almofadada

    Os pais não precisam ser perfeitos para corrigir os filhos, desde que lutem por melhorar. Sêneca dizia que “longo é o caminho com palavras, mas curto e eficaz o caminho com exemplos”; e outros já disseram: “As palavras movem, mas o exemplo arrasta”. Para serem admirados e imitados, os pais não devem ceder a todos os caprichos dos filhos, pois estes valorizam nos pais as virtudes de que carecem: determinação, firmeza de caráter, espírito de luta ou resiliência, sentido de justiça, aproveitamento do tempo, amor aos livros, espírito de serviço, desprendimento das coisas.

    Pais assertivos harmonizam firmeza carinhosa com carinho firme (bigorna almofadada), e não têm medo de exigir e de utilizar uma linguagem positiva, afetuosa, mas exigente em suas mensagens, que são claras quanto ao que deve ser feito, quando devem ser realizadas e consequências se não forem cumpridas (aplicação de medidas corretivas).

6 – Receita caseira para ter filhos maravilhosos

    Para ajudar os filhos a se tornarem pessoas virtuosas é necessário penetrar no mundo interior deles e não ficar na periferia. Para saber onde chegar com cada um, é necessário conhecer os pontos fortes e fracos do caráter, as características temperamentais, as reações instintivas dominantes, as explosões de raiva nos jogos e brincadeiras; as inclinações sentimentais, hábitos e tendência à preguiça ou à frivolidade; as reações de desobediência e rebeldias; as fugas dos deveres e encargos familiares. Todos querem que seus filhos sejam excelentes pessoas. Para isso, pode utilizar receitas caseiras e baratas, mas extremamente eficazes e utilizadas pelos nossos avós, que eram antigos mas não bobos!:

  • Ensinar as crianças a servir, a doar-se e se preocuparem com os pais, irmãos, avós, tios;
  • Ajudá-las a se compadecerem pela dor dos outros, mesmo daqueles que não conhecem;
  • Ao filho preguiçoso insistir para que tenha horário de acordar, de iniciar seus estudos e encargos familiares. Assim aprenderá ser laborioso;
  • Se desordenado, ensinar a colocar no lugar seus objetos (roupas, brinquedos, material escolar e esportivo), a fim de que ganhe a virtude da ordem, que levará vida a fora;
  • A partir dos 7 ou 8 anos, quando começa a despertar a sexualidade, não permitir computador no quarto, nem que durma com celular (que não deveria ter), já que a impureza enfraquece a vontade, cria obstinações e faz a criança perder o gosto por estudar, sacrificar-se pelos demais. Também deixará de rezar e de abraçar ideais que exijam esforços;
  • Ao egoísta e metido nas coisas pessoais, estimule-o a ser generoso com seu tempo ao ajudar irmãos e colegas de sala nas matérias que sentem dificuldades; se desprender das coisas pessoais e doar brinquedos ou objetos a quem carece deles;
  • À filha caprichosa que não come salada, explique sobre a importância de fortalecer a vontade contra o imperialismo dos sentimentos e do fazer apenas o que gosta.

    Importantes sugestões de leituras: livro “Carinho e firmeza com os filhos”, de Alexander Lyfor-Pike e “Como ser um bom pai”, de James B. Stenson, ambos da Editora Quadrante, São Paulo (SP).

Texto produzido por Ari Esteves. Imagem de Aguida Medeiros (@aguidamedeirosm).

Nosso boletim, com textos curtos e de fácil leitura, é gratuito, semanal e enviado por e-mail. Visa dar continuidade à formação, que nunca deve parar. Para recebê-lo inscreva-se aqui com seu nome e-mail.

Divulgue o boletim a parentes, amigos e professores.

O Autor

Gostou deste Boletim?

Se puder contribuir com nosso trabalho, envie sua contribuição para o PIX: