Filhos: informação sexual

1 – A educação sexual deve começar o quanto antes. 2 – Não temer nem adiar a informação sexual. 3 – As ocasiões devem surgir espontaneamente. 4 – A instrução sexual deve ser personalizada. 5 – Como transmitir a informação sexual nas diferentes idades. 6 – O namoro das filhas na adolescência.

1 – A educação sexual deve começar o quanto antes

     A educação sexual deve começar o quanto antes pela informação sexual, que deve ser abordada somente pelos pais. Não se trata de uma conversa solene, misteriosa, mas de aproveitar as ocasiões adequadas que a vida familiar oferece para ir informando cada filho e cada filha de modo progressivo e personalizado. Essas informações não devem ser transferidas à escola, médicos ou sacerdotes, porque nenhum deles conhecem com profundidade a personalidade e o modo de ser de cada criança, nem possuem a confiança e o afeto que elas têm pelos pais.

     Os pais devem dar a conhecer a origem da vida de modo gradual, ajustando-se à mentalidade e capacidade de compreender de cada filho, e antecipando-se ligeiramente à natural curiosidade deles. Evitar que rodeiem de malícia esta matéria, nobre e querida por Deus, ou que aprendam de modo enviesado por confidência com um amigo ou amiga mal-informado.

     Hoje emprega-se a expressão educação sexual quando o mais adequado seria falar de educação da afetividade, que abrange a instrução sexual e a dos sentimentos. A educação da afetividade é uma educação para o amor, que inclui o amadurecimento dos sentimentos e a reta ordenação dos impulsos biológicos. A informação sexual não pode ser encarada como simples transmissão de uns conhecimentos sobre a sexualidade humana, mas como um fenômeno que se situa em contexto não apenas físico e psíquico, mas também espiritual, ético e religioso.

     Certo pai, depois de dar muitas razões humanas para o filho compreender que não devia valer-se do prazer genital fora do seu reto uso dentro do matrimônio, acrescentou no final da conversa que tais práticas também não eram queridas por Deus, e ouviu do garoto: − Ah, bom! Foi então que o pai compreendeu que deveria ter iniciado por essa razão, já que o “fabricante” desse ser que une alma espiritual e corpo material, sabe muito bem como deve funcionar essa sua criatura em plenitude. Ou seja, é importante instruir as crianças desde pequenas na fé e no Amor a Deus, pois um coração não pode estar vazio de amor para não se deixar levar pelas forças instintivas, e possa lutar com alegria e espírito esportivo.

2 – Não temer nem adiar a informação sexual

     A educação sexual não consiste apenas em explicar verdades sobre anatomia, fisiologia ou higiene, mas também sobre a formação da afetividade, à criação de hábitos saudáveis e à formação da consciência moral e religiosa da criança e do adolescente. Por isso, essa instrução deve ser personalizada e oferecida por meio de diálogos afetuosos onde, sem medrosos adiamentos, os pais, entre perguntas e respostas, vão esclarecendo os filhos. Essas conversas a sós melhoram o clima de confiança e de amizade entre pais e filhos, impedindo o distanciamento deles quando se despertarem para a vida moral.

     A verdadeira educação sexual tem dupla finalidade: 1) Criar nos filhos a reta consciência sobre os fenômenos sexuais, que devem estar ligados à ideia do amadurecimento da vida humana, ao verdadeiro amor humano, à família e à procriação dentro do plano divino da criação; 2) Ajudar a compreender de modo positivo que a ordem sexual consiste em conduzir os impulsos sexuais de acordo com as normas da vida verdadeiramente humana e não animal.

     Os pais devem dizer a verdade com precisão e delicadeza e não fugir das perguntas dos filhos, nem responder com uma mentira (banir a história das cegonhas). Os filhos têm direito à verdade em tudo e, se os pais descumprem desse dever, as informações chegarão a eles por meios inadequados, levando-os a comportamentos errados perante o sexo, que os marcará negativamente pelo resto da vida.

     É preciso partir da ideia de que o sexo não é uma realidade vergonhosa, mas uma dádiva que Deus uniu ao amor e à fecundidade. Os pais devem vencer o bloqueio que normalmente experimentam diante da curiosidade dos filhos, sobretudo das crianças pequenas, cujas perguntas possuem apenas conteúdo afetivo para se aproximar mais carinhosamente dos pais, e porque querem uma atenção individual.

     A curiosidade da criança em matéria sexual é parte da curiosidade geral de conhecer as coisas. São os adultos que transferem uma carga libidinosa que as crianças não possuem. Deve-se falar com cada filho ou filha individualmente, com simplicidade e de maneira imperturbável, franca, amistosa. Se ficarem encabulados ou perderem a naturalidade, manifestada em olhares ou palavras que deem a entender que “chegou a hora que eu temia”, a criança perceberá algo de errado e perderá a confiança em tratar desse assunto com os pais, o que seria um tremendo prejuízo. Não se deve envergonhar de falar das realidades que Deus criou e viu que eram boas.

3 – As ocasiões devem surgir espontaneamente

     Falar aos filhos sem constrangimento, com naturalidade, aproveitando as oportunidades oferecidas pelo dia a dia da vida familiar ou por circunstâncias sociais, de modo a tornar simples e natural a educação sexual. Como primeira abordagem pode-se valer do banho nos irmãozinhos menores, a nova gravidez da mãe ou de uma vizinha. São momentos em que a explicação surge com simplicidade e sem necessidade de lançar mão de rodeios ou imagens difíceis de entender. Aproveitar as oportunidades não é forçá-las e muito menos transpor o tom confidencial que deve acompanhar sempre os esclarecimentos necessários.

     As “lições” dos pais ao mostrar o seu próprio corpo chocam profundamente os filhos. Não devem despir-se diante das crianças, nem serem surpreendidos por eles nessa situação. A mesma delicadeza deve haver no vocabulário que empregam. Seria enorme insensatez e grande maldade jogar nas mãos das crianças revistas pornográficas para que “não ganhem complexos”: uma coisa é a naturalidade e outra é a grosseria que chega à falta de educação e de respeito que os pais devem ter para com os filhos.

4 – A instrução sexual deve ser personalizada

     Em matéria de sexualidade, cada idade da criança apresenta interrogantes diferentes. Mesmo dentro de uma faixa etária há diferenças de filho para filho em virtude do temperamento, tipo de inteligência (lógica, espacial, musical, linguística, intrapessoal…), capacidade perceptiva, informações anteriores que obteve em outros lugares, nível de desenvolvimento (físico, psíquico e social), ambiente que frequenta, etc.

     Na puberdade os pais devem estar atentos aos filhos ao perceber ou intuir os primeiros sintomas da sexualidade, a fim de se antecipar às perguntas e ajudá-los a se soltar e falar à vontade. O clima de naturalidade e de oportunidade facilita que se abram espontaneamente aos pais, e neutralizem a influência nociva dos “ensinamentos” de colegas ou mesmo de parentes mais velhos com livre trânsito na família, mas que se metem onde não são chamados.

     O exemplo constante dos pais e um ambiente de diálogo afetuoso fazem os filhos não se isolarem e aceitarem com agrado os esclarecimentos que recebem, porque sabem proceder de quem os ama de verdade e conhecem seus problemas e dificuldades. É imprescindível que pai e mãe tenham tempo para estar com os filhos, tempo tão importante quanto o de trabalho ou de ocupação nas tarefas domésticas. Precisam detectar os estados de ânimo e a necessidade de orientação que os filhos têm.

     O clima de confiança e intimidade é indispensável à educação sexual, e depende da atenção habitual que os pais dão aos filhos. A sexualidade não deve ocupar o primeiro lugar na cabeça de ninguém, principalmente dos adolescentes. Assim, é necessário conseguir que eles tenham ideais grandes e se preparem para isso com intensidade, e sejam sinceros, alegres e capazes de compreender que há um princípio inato de desordem em todos os seres humanos, e que por isso terão que travar uma luta alegre e positiva para dominar o corpo e vencer não somente as desordens da sensualidade, mas também as da preguiça, do egoísmo, do orgulho, do comodismo…

     Não se pode estabelecer regras fixas para cada faixa etária. Mas é válido dar algumas indicações para cada etapa evolutiva, a fim de que sirvam como referências. Cabe aos pais adaptar este esquema à realidade de cada filho e em função do que já sabem. Se os pais chegaram atrasados e os filhos, sem critérios e por descuido paterno e materno, obtiveram informações distorcidas sobre a sexualidade na internet ou com “amigos”, as informações a seguir podem não ser suficientes, e os pais terão que adotar outras medidas.

5 – Como transmitir a informação sexual nas diferentes idades

Primeira infância: 3 a 6 anos

     É a idade em que começam as perguntas, mas sem nenhuma intenção libidinosa. Os pais devem dar respostas imediatas, simples e verdadeiras, ainda que não completas. Nessas idades, as perguntas podem ser disparadas quando menos se espera. Por isso, os pais devem estar preparados para perguntas do tipo “De onde vêm as crianças?”. Responder que os bebês vêm de Deus, e que no início ficam dentro da mãe por nove meses, muito perto do coração dela, como num berço bem aconchegados até o momento de nascerem. A nova gravidez da mãe, tia ou vizinha é sempre uma boa oportunidade para informar às crianças sobre a origem da vida:

     − Você sabe que vai ter um irmãozinho? Agora ele é um menino muito pequeno que está dentro da mamãe, e eu vou alimentando ele com o meu próprio sangue. Assim como você vai crescendo pouco a pouco, também o seu irmãozinho cresce dentro de mim, que vou arranjando lugar para ele ao aumentar o tamanho da minha barriga. Você não fica contente ao pensar que vai ter outro irmão em casa com quem brincar? Seu pai e eu estamos muito felizes porque Deus permitiu que nós colaborássemos com Ele para criar seu irmão. Mas Deus deu a ele a coisa mais importante: a alma, que é o mais valioso que temos, pois sem ela a gente não poderia viver. Um dia essa alma viverá junto de Deus.

      “Como se sabe que é menino ou menina?” é indagação frequente nessa etapa. Nas famílias numerosas a resposta sobre o sexo é fácil, e o momento mais adequado é o do banho do bebê: − Veja, os meninos têm um pintinho e meninas têm um buraquinho ou fenda em lugar do pintinho.

      “O que faz o pai?” é outra questão que mais cedo ou mais tarde as crianças fazem acerca do papel do pai na geração da criança. Pode-se responder assim: − Deus quis que também os pais participassem do nascimento dos filhos. O pai possui uma força que é como uma semente muito pequena que ele deposita na mãe. Essa semente se junta a outra semente que a mãe tem dentro dela, e ali começa a se formar o bebê. O novo bebê é tão filho do pai como da mãe.

Segunda infância: 6 a 9 anos

     À medida que cresce, a criança desejará saber como é que se juntam as duas sementes, e como é que o pai coloca a sua semente no ventre da mãe. Com naturalidade, deve-se explicar que Deus estabeleceu que os corpos do pai e da mãe se unissem pelo amor, sendo por isso que dormem juntos. A semente do pai, que é líquida, passa através do pintinho ou pênis dele e vai pelo orifício que a mãe tem. É como nas injeções: se introduz a agulha na carne e o remédio passa da seringa para o corpo.

      “Por onde nascem?” é indagação que surge por volta dos 7 anos, quando há um novo nascimento na própria família ou na dos amigos. Como sempre deve-se responder com verdade e naturalidade:

     − As crianças nascem pelo mesmo orifício, chamado vulva, que foi por onde o pai depositou a semente no corpo da mãe. Deus deu ao corpo das mães uma bolsa especial chamada útero, que recebe e alimenta essa semente. O útero tem na parte inferior um orifício formado por tecidos elásticos que se alargam quando chega o momento do bebê nascer. É como a gola da malha olímpica que se alarga quando nela passa a cabeça, e depois volta a encolher-se. O pai não tem essa bolsa nem esse orifício, e por isso um bebê não pode nascer no ventre do pai.

Pré-puberdade: 9 a 11 ou 12 anos

     As mudanças hormonais que transformam os garotos em homens e as meninas em mulheres, começam a surgir de forma insipiente no período de 9 a 11 ou 12 anos. São mudanças hormonais por enquanto sutis que afetarão o psiquismo dos meninos e das meninas. Os pais devem estar atentos a estes primeiros sinais, para não demorar na instrução sobre as modificações que ocorrerão na puberdade (12 a 14 anos). O período pré-puberal situa-se nas meninas por volta de 11 anos e nos meninos por volta dos 13 anos. Pode variar um pouco conforme os casos, e isso é mais uma razão para que os pais se adiantem na preparação dos filhos, e vez de correr o risco de chegarem tarde demais, e os filhos serem desinformados por outras vias.

Conversa com a filha na pré-puberdade

     Depois dos 10 anos é conveniente que a mãe fale com as filhas sobre as mudanças hormonais que a menina irá experimentar. É ocasião insubstituível para que mãe e filha se tornem grandes amigas e confidentes, a fim de que a menina sempre aborde com confiança essas questões com a mãe. Uma mãe que se faz inacessível não se torna a confidente da filha, e esta recorrerá às amigas, normalmente mal-informadas.

     Sempre em clima de diálogo, a mãe poderá dizer à filha que o corpo dela deixará de ser criança e se transformará em corpo de mulher: − Seus seios, que um dia alimentarão os seus filhos, aumentarão; em seu ventre aumentará uma bolsa chamada útero. Todo o seu corpo está se preparando para a maternidade. Em breve você será uma mulher. Em seu ventre todos os meses nascerão uns ovinhos muito pequenos que se chamam óvulos, e que ficarão em dois órgãos parecido com duas amêndoas, que são os ovários, situados à direita e esquerda do útero. Cada mês, um desses ovos viaja para o útero a fim de ser fecundado pela semente do pai, e dará lugar a uma nova criança que nascerá em nove meses. Mas se não é fecundado, o óvulo é expelido juntamente com um pouco de sangue e com uma camada superficial da parede do útero. Esse fenômeno pelo qual os ovos desmanchados saem se chama menstruação e dura uns três dias. Isso pode ou não doer um pouquinho; mas esse pequeno incômodo é sinal de que você tem ótima saúde e que futuramente poderá ser uma boa mãe. Dentro de uns meses você perceberá esse sangramento de forma inesperada, talvez na hora de urinar. Não se alarme, e venha falar comigo para eu ensinar a você como fazer uma higiene adequada.

     A mãe também deve prevenir a filha de que juntamente com a menstruação, outros fenômenos de origem psíquica podem ocorrer, como mudanças no estado de ânimo: − Você ficará mais triste ou mais alegre do que antes; poderá ficar mais irritada e sem vontade de falar com ninguém; terá mais facilidade para se emocionar ou chorar. Tudo isso será normal e não deve preocupar. O que você deve fazer é me procurar, porque sou sua mãe, pra gente conversar com muita confiança sobre o que você estará sentindo. Eu explicarei tudo, porque quero que você atravesse essa fase da vida sentindo-se muito acompanhada e segura.

Conversa com o filho na pré-puberdade

     É o pai que deve falar com o filho, em torno dos 12 anos ou quando muito aos 13 de anos, conforme o grau de desenvolvimento físico do garoto; e sempre em clima de diálogo para deixar o adolescente fazer perguntas. Em resumo, o que poderá ser dito ou respondido pelo pai será o seguinte:

     – Filho, você logo irá crescer bastante, e nessa espichada sentirá bastante fome e comerá muito. Começará aparecer uma sombra de barba e de bigode em forma de penugem, e também pelos nas axilas e em outras partes. Isso significa que você já não é mais uma criança e em breve será um homem. Por isso, as características masculinas começarão a se acentuar em você. Os órgãos que fazem de você um homem irão crescer e com alguma frequência irão dilatar-se e endurecer. Você sentirá um grande ardor em todo o corpo, especialmente na parte genital. Poderá perceber ao acordar que haverá uma mancha no lençol ou no pijama. Já expliquei a você que para uma criança nascer é preciso que a semente feminina − o óvulo − seja fecundado pela semente masculina que se chama sêmen ou esperma. É um líquido produzido pelas glândulas sexuais ou testículos, muito antes da idade em que se pode pensar em casamento e ser pai. Esse líquido, na parte que não for absorvida pelo sangue para robustecer e virilizar o seu corpo, será expedido pela uretra durante o sono, ou ao andar bicicleta, ao sonhar estar cavalgando, etc., fazendo você experimentar uma sensação de prazer. Todos os jovens normais experimentam esses derrames, de vez em quando, de modo involuntário e inconsciente. Chamam-se poluções ou ejaculações, e você não deve falar disso aos companheiros, não por seja feio ou vergonhoso, mas porque os rapazes fariam troça e poderiam abordar esse tema de forma errada, porque querem dar uma de sábios, mas não passam de ignorantes. O que você não deve fazer é provocar essas reações de prazer voluntariamente, porque isso é viciante e causaria muitos prejuízos em você, que em breve explicarei melhor, além de que isso não agrada a Deus, a quem você ama. Saiba que Deus pôs essa sensação de prazer no corpo não para que você a experimente a qualquer momento, mas para constituir uma família com a esposa que você escolher e ter filhos com ela, que também serão filhos de Deus.

A puberdade e o sexo: 12 a 14 anos

     É a chamada “idade difícil”. Os filhos devem saber que a partir da puberdade já é possível ser pai ou mãe. Pode-se explicar a eles com mais alguns detalhes, e com os nomes precisos, os fenômenos físicos cujas ações essenciais se transmitiram anteriormente na pré-puberdade. Mas o que interessa agora sobretudo é que, sempre em clima de diálogo, fiquem com ideias precisas sobre o sentido do ato sexual:

     − Filho, sobre o alcance do ato sexual entre marido e esposa não há nada de mal, antes pelo contrário, pois isso foi querido por Deus com uma finalidade clara: amarem-se e ajudarem-se  intensamente, e assegurar que a espécie humana se perpetue com a chegada de novos homens e mulheres. O poder de procriar é um dom maravilhoso que Deus dotou a humanidade: quis que os homens e as mulheres O ajudassem na criação de novos seres humanos. Para isso, Deus colocou no ato sexual um grande prazer físico, porque se não houvesse o desejo físico, nem a gratificação do prazer imediato, o casal poderia se retrair e não usar este dom de Deus, ao pensar nas cargas e responsabilidades que a criação e a educação dos filhos trazem consigo. E assim se frustraria o preceito divino de ter muitas pessoas na terra, e a raça humana desapareceria.

     Todas as coisas feitas por Deus são boas, mas o homem pode fazer mau uso delas. Isso acontece também com o sexo, de tal modo que seria uma desordem, e você faria um mal a si mesmo, se usasse do impulso sexual fora do tempo e do modo previsto por Deus. Os seres humanos não são como os animais, que se juntam, macho e fêmea, por uma força instintiva que os domina. Nós temos inteligência e vontade para decidir, e não estamos obrigados a seguir cegamente os impulsos naturais. Trazer um filho ao mundo até os animais o fazem, mas uma criança tem que ser educada e isso exige um ambiente adequado que se chama família. As crianças seriam infelizes se pai e mãe não se amassem e vivessem juntos com ela. Esse foi o plano maravilhoso de Deus: fazer nascer e crescer as crianças num verdadeiro recanto de amor e felicidade, onde os pais procuram colocar todos os meios para fazer feliz um ao outro e amar os filhos que forem chegando. Fora desse plano os filhos não seriam plenamente felizes, como também não torna feliz aquele que faz do sexo um simples instrumento de prazer, desvinculado do verdadeiro amor.

6 – O namoro das filhas na adolescência

     A partir da puberdade, ou mesmo antes, as moças sentem-se fortemente atraídas pelos rapazes e surge nelas uma vontade de agradá-los e de namorar. A mãe dirá à filha que ela é ainda muito jovem, e as grandes forças do amor que está sentindo a preparam para se tornar uma mulher mais adiante. Porém, neste momento, essas energias ainda não estão amadurecidas, pois não bastam os vigores instintivos ou sentimentais para que acertemos no amor, sendo necessário que a inteligência, por meio da virtude da prudência, avalie todos os aspectos da situação, e o querer da vontade passe a agir depois dessa avaliação profunda: − Deus faz surgir forças de afeto, carinho e desvelo e quer que você aprenda a dominá-las para não ser subjugada por elas. Se você utilizar essas forças antes do casamento, chegará desgastada a ele e com tristes experiências que terão roubado o melhor de você. A amizade é uma coisa boa e bela e você talvez me pergunte se pode ter como amigo um rapaz. Não há mal nisso, mas quando você notar que sente por ele − e ele por você − algo mais do que amizade, será bom reavaliar o trato com ele. Quando ele se aproximar de você e disser que é bonita e tentar beijá-la, isso já é mais do que uma simples amizade. O namoro não está feito para passar o tempo, mas para conhecer a outra parte (caráter, temperamento, ideais, virtudes), com a finalidade de encontrar a pessoa certa para os dois unirem suas vidas em função de um projeto comum, que é um grande ideal: montar uma família e ter filhos. Você neste momento deve se preparar para a vida, crescer em muitos conhecimentos, ler boa literatura porque os bons autores aprofundam no conhecimento da alma humana, deve crescer no amor a Deus para respeitá-Lo e respeitar-se. Antes de pensar em namoro sério, precisa estudar e preparar-se para uma profissão, que será um serviço aos demais, tendo em conta a descoberta e o desenvolvimento de suas qualidades pessoais; e isso requer tempo para leituras profundas, entre outras metas.

     A chave da eficácia dessa conversa está mais uma vez na amizade entre a mãe e a filha, que deve ir crescendo ao lado da autoridade materna. Se a filha se acostumou desde criança a contar à mãe tudo o que sente ou a preocupa, é difícil que não a procure confiadamente para saber como lidar nas novas circunstâncias da puberdade, e para conferir aquilo que ouve das colegas ou o que as vê praticar. Se o diálogo é aberto e frequente, a filha compreenderá as desvantagens de um namoro precoce: − Ficar empatada com um menino muito jovem, que ainda não sabe o quer da vida, e dada a volubilidade própria dessas idades, ele a trocará por outra e deixará feridas no seu coração. Não é preciso antecipar o tempo. Você, ao se transformar numa mulher adulta, saberá encontrar um grande amor e, ao lado desse homem maduro, de princípios que você saberá constatar, e que a compreenderá e a respeitará, amando-a verdadeiramente e sendo capaz de se sacrificar para abraçar os filhos que Deus lhes enviar. Além disso, ele terá que manter financeiramente a família com a profissão que tiver, principalmente nos períodos em que vocês tiverem um novo bebê, porque certamente você terá que diminuir suas atividades profissionais. Veja que você ainda é muito jovem, e o risco de um namoro prolongado (mais de dois anos e meio, por exemplo), facilmente chegará às intimidades próprias de marido e esposa, desgastando as pessoas nele envolvidas para a compreensão de um verdadeiro amor.

Textos extraídos da obra “Filhos: educação sexual”, de Francisco Sequeira, Editora Quadrante, São Paulo (SP), e adaptado por Ari Esteves para o site www.ariesteves.com.br

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