Os princípios que regem o modo próprio de viver são aqueles que vão se tornando conaturais e determinantes da conduta pessoal, porque se transformam em convicções que vão se formando por meio das decisões pessoais. Com isso, cada um vai construindo ou descontruindo a própria vida, porque as convicções não são teóricas, mas induzem ao comportamento.

         Há convicções que alcançam a categoria de autênticas ideias-mestras, pois influenciam toda a vida e são apoio em momentos de dúvidas: quem está convicto de que seus dons e capacidades pessoais são para servir aos demais, saberá evitar condutas egoístas, exclusivistas; quem está convencido de que para alcançar ideais grandes precisa ser mais sacrificado, põe mãos à obra; quem está convicto da importância de ter vida de fé, levará mais a sério o seu trato com Deus; quem tem a honestidade por um valor indiscutível, não aceitará subornos; quem preza a palavra dada procura ser fiel aos seus compromissos, e assim por diante…

         As convicções são criadas por razões consistentes que iluminam a inteligência e movem a vontade para agir. Se a vontade não se move, é necessário examinar as disposições interiores – sejam as pessoais ou as dos filhos –, pois os gostos, sentimentos e paixões pessoais quando contrariados podem ir por caminhos opostos à inteligência; ou porque as razões oferecidas à inteligência não foram suficientes para esclarecer e promover a mudança de conduta, caso em que é necessário conferir para ressignificar os conceitos.

         Criar ou transmitir convicções pode parecer processo lento, mas na realidade é o mais rápido ao não se perder tempo com desvios irracionais. O voluntarismo ou as ordens peremptórias não oferecem razões profundas, e produzem resultados apenas imediatos para evitar cobranças, mas não por um querer livre e verdadeiro. Por isso, é mais formativo e eficaz criar ou ajudar a os filhos a desenvolver convicções que fazem agir por um querer livre.

         Os adolescentes e jovens quando ajudados com razões profundas, sabem oferecer argumentos sólidos àqueles que desejam induzi-los a atitudes inconvenientes. Formar é iluminar a inteligência com argumentos consistentes, de modo que as decisões partam não dos educadores, mas dos educandos, por estarem convencidos das verdades que baseiam seus argumentos, e não por imposição de outros. As razões profundas não precisam ser impostas, mas transmitidas, pois se impõem por si mesmas ao fortalecer as convicções. A verdadeira tarefa formativa não é um caminhar na frente, como quem puxa o outro por uma corda, mas andar ao lado, iluminando com a lanterna das razões sólidas.

         A pessoa bem formada é aquela que age livremente e o seu querer está de acordo com o bem e a verdade. Os filhos devem ser educados não como carentes de juízo, ou pessoas que se limitam a executar materialmente o que lhes foi dito. A educação deve levá-los a ser pessoas de critério, capazes de tomar decisões próprias em direção ao bem e sentir alegria nessa escolha. Os pais devem estimular, respeitar e orientar, conscientes de que a responsabilidade é dos próprios filhos. Essa ideia é fundamental, e exige que os educadores pensem, estudem, peçam luzes a Deus para acertar no que dizer e na forma de o fazer. Não mandar, mas aconselhar, não é tática, mas caminho para fomentar a responsabilidade pessoal. Evidentemente, para as crianças pequenas as decisões são tomadas pelos pais, pois elas ainda não têm a inteligência desenvolvida e tendem a agir movidas pelos impulsos dos sentimentos e paixões.

         É importante compreender que tanto a formação pessoal como a oferecida aos filhos é mais uma questão de fomentar convicções do que transmitir decisões prontas. É mais difícil construir convicções, pois exige pensar mais profundamente e não se conformar com respostas banais, ou em recorrer a receitas pré-fabricadas. Em outras palavras, formar é mais transmitir princípios do que repassar conclusões; é mais ajudar a entender do que animar a fazer: só oferecendo aos filhos argumentos profundos sobre as inconveniências do namoro precoce, uso de drogas, sexo fora do casamento, jogos online, pornografia na internet, deixar-se levar pela preguiça e comodidade, é que desenvolverão convicções fortes que movem a vontade em busca do bem.

         Como adquirir razões sólidas e profundas? Por meio do estudo, leituras, vídeos, áudios. Há editoras que oferecem livros com doutrina segura sobre antropologia, virtudes humanas, valores ou modelos de conduta, sexualidade, critérios sobre o sadio das telas digitais, entre outros Editoras Quadrante e Cultor de livros, por exemplo). No Youtube há palestras, vídeos e podcasts, onde bons educadores tratam com profundidade temas de educação comportamental. Em nossa página Boletins por temas, no site www.aresteves.com.br, encontram-se vários textos curtos e de fácil leitura que oferecem bons argumentos e fontes para aprofundamento sobre como enfrentar os problemas atuais que dificultam o reto comportamento humano. O Catecismo da Igreja Católica (há PDF gratuito na internet), no capítulo acerca dos Dez Mandamentos, oferece razões profundas sobre a moralidade dos atos livres, baseados na correta compreensão da natureza humana, e que são luzes para todas as pessoas, tenham fé ou não, ou sejam de outros credos religiosos.

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