Todos somos sensíveis ao tema da liberdade, pois sentir-se livre é fundamental para buscar a autorrealização. Qual é a concepção que se tem da liberdade? O consumismo atual associa a liberdade ao status económico: quem tem dinheiro pode satisfazer todos os seus desejos! Será que viver para juntar muito dinheiro é a melhor maneira de empregar a liberdade? As redes sociais revelam com frequência que entre os ricos e famosos encontram-se muitos ansiosos, solitários porque trocaram o amor às pessoas pelo amor ao dinheiro, os que desconfiam de todos por achar que só querem seus bens, os que gastam muito com divertimentos e esportes caros para se sentirem felizes, os que se afundam em vícios, os que invejam aquilo que não conseguem possuir… Essas contínuas insatisfações conduzem à tristeza e a outras formas de evasão.
Ser rico não é sinônimo de ser livre. Aliás, quem vive na abundância material acostuma-se a ter tudo o que quer e tem dificuldades para lidar com as doenças, ausência de talentos pessoais; suporta com mau-humor os contratempos da vida cotidiana e afunda-se no poço das lamentações inúteis, ou se prende ao passado com a inútil nostalgia de que antes tudo era melhor, vive em meio a críticas negativas e murmurações que o fazem perder a liberdade de espírito.
A pessoa realmente livre aceita as frustrações e as limitações pessoais como parte de seu caminho, pois entende que é preciso viver uma certa pobreza para ser verdadeiramente rico e não atar-se ou prender-se às coisas (tem mais e é mais livre quem precisa de menos); compreende que é preciso sofrer algum tipo de doença para descobrir o valor da saúde; descobre que a felicidade grande está em servir e doar seu tempo e dinheiro para aliviar as dores dos demais…E aqui surge um paradoxo: as dificuldades e os fracassos são oportunidades de crescimento pessoal para as pessoas livres, que aceitam a realidade tal como é, e vê o tempo presente como o melhor da história para aportar soluções criativas.
A liberdade não é um fim em si mesma, mas para ser empregada em ideais onde o Bem, a Verdade e a Beleza estão presentes. E não há ideal que mais faça ser livre e feliz o ser humano do que amar e sentir-se amado: não só amar, mas sentir-se amado. Pode-se corromper o amor ao colocá-lo em coisas, e quem age assim acaba ficando sozinho, pois as coisas são insensíveis e não amam. Na família ou em uma vocação de entrega aos demais pode-se amar e sentir-se amado.
Texto elaborado por Ari Esteves para o site www.ariesteves.com.br, inspirado no artigo “La conquista de la libertad”, de Luis Gutiérrez Rojas, disponível em www.aceprensa.com. Imagem de RDNE Stock Project.
Siga-nos no Telegram, pois nele também há links para todos os boletins publicados: https://t.me/ariesteves_pedagogo
Gostou deste Boletim?
Se puder contribuir com nosso trabalho, envie sua contribuição para o PIX:
ariesteves.pedagogo@gmail.com

Chave Pix copiada!